Já tinha visitado a Ilha da Madeira, há uns anos atrás e tinha ficado fascinada. Como o Sérgio ainda não conhecia, andava há imenso tempo a “chateá-lo” que tínhamos que lá ir, porque sabia que ele também ia adorar aquele pedacinho do nosso país. Por isso, em Maio rumamos à Madeira.
A Ilha da Madeira é uma combinação de paisagens de tirar o fôlego, onde podemos encontrar Montanha, Mar, clima ameno durante todo o ano e uma excelente gastronomia. Querem mais pretextos para vos convencer a visitar? Há voos baratos (Easyjet, Ryanair, TAP), e em pouco mais de uma hora estamos lá!
Dia 1 – Zona Sul
O nosso voo foi bem cedo, por isso, às 9 da manhã já estávamos a pisar solo Madeirense. Fomos logo buscar o carro que tínhamos alugado previamente, cujo processo foi bastante rápido (Deixo-vos os pormenores no final deste post). Por isso começamos logo cedo a explorar a Ilha.
A primeira paragem foi a Ponta do Garajau.
Seguimos para o pitoresco centro histórico de Câmara dos Lobos, onde admiramos os barcos de pesca coloridos e andamos um pouco sem rumo a descobrir as estreitas ruas à volta da baía.
Aqui, é um óptimo local para parar num bar, apreciar as vistas e saborear a bebida local: Ponha (bebida feita com aguardente limão e mel).
Como já tínhamos alguma fome, decidimos procurar um restaurante. A escolha recaiu na “Vila da Carne”, e o Sérgio foi para a Espetada em Pau de Louro, que estava deliciosa. Eu escolhi Nacos de Carne na Brasa, que estavam divinais. É sem dúvida um restaurante que vale muito a pena. Além da refeição saborosa, temos de bónus uma vista privilegiada sobre a baía de Câmara dos Lobos.
Depois do almoço, seguimos para o Miradouro da Fajã dos Padres, onde desfrutamos de uma vista maravilhosa sobre o mar. É possível ir até lá abaixo por teleférico, mas não aconselho a quem tem vertigens…
Seguimos para o Miradouro do Cabo Girão. É uma das falésias mais altas do mundo (580 metros) e oferece uma vista incrível sobre os arredores de Câmara de Lobos, o mar e a Fajã do Cabo Girão. Em 2012 foi construída uma plataforma suspensa de vidro (Skywalk) que lhe permitirá testar os seus limites, especialmente se tiver vertigens.
Seguimos viagem até ao vilarejo da Ponta do Sol. É um vilarejo muito pequeno, mas muito colorido e pitoresco. Caminhamos por dentro do túnel e fomos parar a um pitoresco rochedo, com um recorte no meio.
É difícil arranjar estacionamento sem ser pago, mas aos Domingos não se paga.
Terminamos o dia a visitar a Cascata dos Anjos. É um local bastante conhecido, onde a água cai sobre a estrada, mesmo em frente ao mar. Pode não ser o ponto mais interessante da ilha, mas se estiver por perto, não perca a oportunidade de lavar o carro gratuitamente 😛
Dia 2 – Zona Oeste e Norte
O segundo dia da viagem foi passado a explorar a Zona Oeste e Norte da Ilha. Dirigimo-nos à Serra de água, para visitar o Miradouro da Encumeada. O miradouro encontra-se junto à loja de souvenirs.
A estrada ER110 é uma das estradas mais espectaculares da Ilha, e foram várias as paragens que fizemos pelo caminho para admirar o seu verde exuberante, e onde podemos aproveitar a sua tranquilidade.
No planalto do Paul da Serra encontra-se a maior reta das estradas da Madeira, onde por momentos esquecemos as curvas e subidas acentuadas a que já nos estávamos a habituar.
Tentamos parar para visitar o Miradouro do Rabaçal, mas acho que fiz mal o trabalho de casa e não consegui encontrá-lo… Fica a dica, para quem vai, aponte bem no mapa a localização exacta.
Assim sendo, seguimos para Porto Moniz. Fizemos uma paragem no Miradouro da Santinha, que é o melhor ponto para apreciar Porto Moniz.
As piscinas naturais de Porto Moniz foram formadas pela lava vulcânica, e o mar entra naturalmente depositando a sua água de um azul vibrante . E este lugar é mesmo um sonho! Aquela água cristalina, combinada com o dia quente que se fazia sentir, estava mesmo a convidar a um mergulho… E foi o que fizemos. Voltamos ao carro, mudamos de roupa e fomos simplesmente relaxar naquelas águas.
Como ainda tínhamos várias coisas para visitar nesse dia, deixamos a maravilhosa piscina de Porto Moniz para trás e seguimos para a Praia da Ribeira da Janela. Apesar de apenas ter calhaus gigantescos em vez de areia, foi ali que decidimos almoçar, com esta vista espectacular.
Seguimos para a Praia Porto do Seixal, onde o contraste entre o verde das montanhas e a areia negra, torna-a numa das mais bonitas da Ilha da Madeira. Esta Ilha tem tantos locais bonitos e diferentes entre si, que se é impossível não nos sentirmos inspirados por ela! Enquanto aqui estávamos, o Sérgio só exclamava “Uau estamos no Hawai!” 🙂
Ali bem perto encontra-se o Miradouro da Ponta do Poiso, onde podemos apreciar o Cascata do Véu da Noiva.
De seguida fomos até à Capelinha Nr.ª Sr.ª de Fátima. Para lá chegar temos que subir muuuuiiiitaaas escadas, mas a vista compensa o esforço!
Para finalizar o dia, fomos até a Taberna da Poncha (Na Serra da Água), para bebermos uma bela Poncha. Este é um dos bares mais míticos da Madeira, onde é “tradição” deitar as cascas dos amendoins, que nos servem com a Poncha, para o chão. Assim, como deixar uma mensagem na parede do Bar, por isso não estranhe ao ali entrar encontrar pedaços de papel a cobrir todas as paredes.
Um dos lugares que já não conseguimos ver, com muita pena, foi o Fanal. Onde podemos encontrar muitas árvores centenárias com raízes gigantes. Fica a dica, se tiverem tempo.
Dia 3 – Zona Este e Leste
O terceiro dia de viagem começou no Miradouro da Eira do Serrado. É um dos miradouros mais conhecidos da Ilha. Fica situado a 1096 metros de altitude, e daqui conseguimos apreciar de uma bela vista panorâmica sobre o Curral das Freiras e das grandiosas montanhas.
Uma das paragens “obrigatórias” na Madeira é ao Pico do Areeiro. Situado a 1818 metros de altitude, é o terceiro pico mais alto da ilha, depois do Pico das Torres e do Pico Ruivo. Dali de cima temos umas vistas deslumbrantes.
Daqui, começa um dos mais espectaculares percursos pedestres, até ao Pico Ruivo. Pelo que li, não é um percurso muito fácil… Convém ter alguma resistência fisíca (algo que não tenho). Mas quem tiver e gostar de fazer caminhadas, não pense duas vezes, pois é considerada uma das 5 trilhas mais bonitas do mundo!
Quem não quiser fazer o percurso na totalidade, pode ir até ao Miradouro do Ninho da Manta (foi o que acabamos por fazer), de onde podemos observar uma paisagem para a Cordilheira Montanhosa, que é arrebatadora e fascinante. Tivemos sorte com o tempo, e como estava um dia de céu azul conseguimos ter uma vista desafogada.
Acho que este percurso ganhou bastantes adeptos nos últimos anos. Sinceramente não me recordo de estar tão cheio da última vez que cá vim, foi quase impossível arranjarmos um lugar para estacionar. Por isso, vá bastante cedo para arranjar lugar mais facilmente.
Seguimos até Ribeiro Frio e fizemos uma paragem no Restaurante Faísca para almoçar. Pedimos um prego no bolo do caco, e estava delicioso.
De seguida fomos fazer um dos percursos mais fáceis da Ilha, a Vereda dos Balcões, com apenas 1,5km de caminhada (por trajecto). A levada pode ser iniciada logo ao lado do Restaurante Faísca, mas aí tem muitas escadas, apesar de ser mais curta. Mas se começar um pouco mais atrás, junto ao John Poncha, o percurso é linear.
Se as condições meteorológicas o permitirem, é possível obter vistas excepcionais sobre o vale. Infelizmente não conseguimos ver nada, o vale estava mergulhado em nuvens, por isso a vista foi nula. Em compensação tivemos a companhia de uns simpáticos pássaros, que iam buscar comida às nossas mãos… É um local muito visitado para os amantes de birdwatching.
De seguia fomos para Santana, visitar as típicas casas Madeirenses. Sinceramente, se não tiverem tempo ou estiverem longe, não vale a pena o desvio. São apenas 5 casas, todas viradas para o turismo, e não tem “nada” de autêntico…
Ainda passamos pela Praia do Faial, antes de terminamos o nosso dia na Ponta de São Lourenço.
A Ponta de São Lourenço é a ponta mais a leste da Ilha da Madeira, e é uma reserva natural com vistas panorâmicas para o Oceano Atlântico. O que aqui encontramos é uma paisagem completamente diferente da que tínhamos encontrado nos últimos dias, onde o verde da vegetação luxuriante, é substituído pelo castanho da terra e do mato seco e rasteiro.
Existe um parque de estacionamento bem amplo, e a partir daqui pode começar o longo trilho que nos leva até à Ponta, com diversos miradouros pelo caminho, onde poderá observar s fantásticas vistas que esta parte da ilha lhe oferece.
Lugares que queríamos ter visitado neste dia, mas que já não conseguimos:
- Miradouro do Guindaste
- Teleférico da Rocha do Navio
- Porto da Cruz (Miradouro Furna do Porto da Cruz
Dia 4 – Funchal
O último dia na ilha foi passada a explorar o Funchal. Os principais pontos de interesse encontram-se próximos uns dos outros, por isso deixamos o carro num parque de estacionamento perto do Mercado dos Lavradores e exploramos a cidade a pé.
Começamos a visita ao icónico Mercado dos Lavradores, onde encontramos muitas frutas exóticas e coloridas, assim como flores e, obviamente, peixe e verduras… Apesar de ser bastante turístico e com preços um pouco abusivos (principalmente a fruta), vale a pena passear por lá.
Seguimos para a zona antiga da cidade e andamos um pouco sem rumo definido. Passamos pela Rua de Santa Maria, onde apreciamos a diversa street art que ali se encontra, e fomos caminhando até ao Forte de São Tiago, construído em 1614 para defesa da ilha, que é caracterizado pela sua cor amarela berrante.
Caminhamos junto ao mar, na Avenida do Mar, até chegarmos a um recinto com diversas flores, dedicado à festa da flôr que decorre durante o mês de Maio na Ilha. (Mês em que a visitamos).
Seguimos para a Praça do Município, e de seguida para a Sé Catedral do Funchal. Percorremos a agradável Avenida Arriaga, onde se encontra uma estátua do descobridor da Madeira, João Gonçalves Zarco, e onde estão alguns edifícios históricos e arquitetonicamente interessantes.
Era hora de pegar novamente no carro e seguir até aos Jardins Monte Palace. Também é possível fazer este trajecto de teleférico. Os mesmos partem perto do jardim do Almirante Reis, no centro do Funchal, e sobe até ao Monte. (Preço Maio/2022: Ida 12,50€, Ida e Volta 18€). Se quiser fazer algo mesmo bastante turístico é subir até ao Monte de teleférico e descer pelos famosos carros de cesto.
Visitar os Jardim Tropical Monte Palace, é sem dúvida, um must-see no Funchal. Já foi considerado um dos Jardins botânicos mais belos do mundo e percebe-se o porquê. Assim que alí entramos somos inundados por um sentimento de tranquilidade e paz. Os jardins têm muita inspiração oriental e por momentos ficamos com sensação de estarmos a passear pelo oriente.
Visitar estes Jardins é sem dúvida bastante relaxante, por isso, descontraia, admire e observe tudo à sua volta com a maior das calmas.
No final da visita, não deixe de passar pelo café para experimentar um cálice do vinho madeirense.
Preço.: 12,50€ / Pessoa
Horário: 09:00 às 18:00 Horas
Guia Prático da Ilha da Madeira
Como lá Chegar? Há várias companhias aéreas a voar para o Funchal, a partir do Continente. Easyjet, Ryanair, TAP. Nós fomos pela TAP, partindo de Lisboa e pagamos cerca de 70€/Pessoa (Preço Ida e Volta).
Como de Deslocar na Ilha? Apesar de haver transportes públicos, a melhor forma de se deslocar é alugar um carro. Porque só assim conseguimos aceder a vários lugares fantásticos, que de outra forma seria bastante difícil, ou impossível.
Nós alugamos o carro no Funchal Easy. E recomendo a 100%! Aluguer de carro sem caução, com seguro contra todos incluído e o pagamento é feito apenas quando levantamos o veículo. Foi dos processos de levantamento em rent-a-car, mais rápido e descomplicado que já tive. Voltarei a lá alugar se voltar à Madeira.
Onde ficar alojado? Apesar de haver alojamentos incríveis na ilha, convém escolhermos algo central, para não desperdiçar-mos muito tempo em deslocações. Não queríamos ficar no centro do Funchal, para fugirmos um pouco da confusão da cidade, mas também não queríamos ficas muito afastado dessa zona, pois tem bons acessos para o resto da ilha.
Depois de alguma pesquisa a escolha recaiu neste fantástico alojamento do Airbnb.
O alojamento era espectacular, com uma vista fantástica para o oceano e também para a pista do aeroporto, onde víamos constantemente aviões a aterrar e a descolar. É um verdadeiro sonho para os amantes de aviões. A partir das 11 da noite e até às 6 da manhã não há voos, por isso não perturbou o nosso descanso.
O alojamento tinha estacionamento privado no local, o que é sempre um bonús para quem viaja com veículos alugados.
O que experimentar? A gastronomia Madeirense é fabulosa, por isso não pode sair de lá sem experiementar o seguinte:
- Bolo do Caco
- Espetada em Pau de Loureiro
- Lapas
- Milho Frito
- Peixe-espada com molho de maracujá
- Poncha
- Bolo de Mel (A única coisa de culinária que não me agradou)
- Banana da Madeira (a que se vende no Continente não tem o mesmo sabor, na minha opinião. A de lá é bem melhor)
Quem ficou com vontade de conhecer este pedacinho de céu?
Quem visitou a ilha, o que mais gostaram?